quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mar e paz

Caminhada na areia, banho de sol e de mar, água de coco, doce sabor de paz. Ficaria por horas a fio em êxtase contemplando o horizonte infinito, sem nenhum compromisso. Preciso priorizar momentos assim. Ano indo embora e eu à espera de milagres. A água do mar está branda e alcança os pés num friozinho gostoso. Pessoas caminham, correm, exercitam-se ou simplesmente observam o mar e seus encantos. Onda vem e vai. Que leve embora os males deste mundo.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dádiva

Sem fazer força, sem bajular, sem perder a ética. Agradeço a Deus por sempre guiar minha vida para conquistas por mérito. Sempre. OBRIGADA. Agradeço por ser rica de amor, por ter uma mãe espetacular, por ter um companheiro com retidão de caráter, por ter família e amigos pelos quais nutro grande admiração, a qual é mútua, por ter um pai que, mesmo a sua maneira torta, contribuiu para minha formação como gente. O reconhecimento é uma dádiva. É muito gratificante olhar para trás e perceber o quanto avancei nos últimos anos, avanços que podem parecer pequenos aos olhos de alguns, mas que para mim são imensuráveis. E tanto ainda tenho a conquistar e entender... É engraçado quando vamos amadurecendo e descobrimos como nossas concepções mudam e como somos exigidos a exercitar a resiliência. Com o tempo, tenho me tornado mais sensível às relações humanas e encontrado mais felicidade nas pequenas coisas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com licença poética

Hoje trouxe Adélia Prado para florir meu jardim.


Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.





domingo, 27 de novembro de 2011

Advento

Domingo de início do advento. Dia de arrumar a árvore de Natal. Sempre soube o dia certo de desarrumar a árvore, dia de Reis, 6 de janeiro, mas o dia de montar, realmente não conhecia. Não sei ao certo a simbologia do advento para a Igreja, mas certo é que advento está ligado a princípio e sempre que monto a árvore e a arrodeio de presentes até a chegada do Natal, desejo que dali para frente meus caminhos sejam mais iluminados ainda. É um momento de agradecimento pelo que conquistei ao longo do ano e de renovação de planos. Este ano, segundo Natal que passo em minha casinha, pendurei uma linda meia decorativa para Papai Noel na porta, para recordar os tempos de criança, em que cheguei a colocar meu sapatinho na janela. Também vou ter um presépio, para lembrar sempre que o Natal é o aniversário do grande irmão Jesus Cristo, pois seja a história Dele cercada ou não de mitos, lendas ou fantasias, é sempre a ele e a Deus que recorro tanto nas tristezas como nas alegrias. Já li uma frase atribuída a Voltaire que afirma que se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo. Sim, seria. Seja como for, acredito que Deus não seja uma invenção humana, mas que nós sim somos o Seu grande invento. Que assim seja. Amém.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

...

O post de hoje não tem título. É uma vontade de expressão com arrodeios. Misto de sentimentos e uma ansiedade que não sei explicar nem domino. Tenho passado alguns dias assim e sabe-se lá o motivo. Às vezes penso que é a fortaleza cedendo, bambeando as pernas, outras que são as inquietudes ocupando espaços ociosos, ou os desejos mais escondidos emergindo subitamente. Seja o que for, por momentos me aflige, não nego. Cambaleio, mas sigo. Rezo. E o que quero, de verdade, guardo comigo até a hora em que o sonho possa ser dividido. Enquanto espero, por vezes vem o nó na garganta e o conflito. Reenergizo-me. E vou embora a tentar revelar o destino.

domingo, 2 de outubro de 2011

Uma despedida sobre quatro rodas

Quatro anos e meio. Este foi o tempo que você permaneceu ao meu lado. Uma relação iniciada com a determinação de quem queria vencer uma barreira. E venci. Vencemos juntos. O início de nossa relação foi conturbado. Quase desisti de você depois daquele primeiro choque que tivemos quando eu pensava que já tinha controle sobre nós dois. Mas insisti. Batemos cabeça, sofremos, choramos, mas fomos fortes e tivemos um anjo da guarda sempre conosco. De tudo que vivemos, fica um saldo muito positivo, porque apesar das dores e desgastes que causamos um ao outro, nos amamos e vivemos aventuras incríveis e inesquecíveis. O primeiro a gente nunca esquece. Você agora vai continuar construindo sua história com outra pessoa e eu também criarei outra história sobre novas rodas. Coragem seguirá contigo. E eu ficarei com meu anjo da guarda, que continuará a me ajudar no que for preciso. Tenha certeza de que você me proporcionou muitas alegrias.


domingo, 25 de setembro de 2011

Lacuna

Abriu-se a lacuna. Outra vez. A alma inquieta persevera. Sensação de deslocameno. Devo ter sido deslocada da órbita de algum outro planeta. Tantas lutas para construir um castelo e a certeza de que algumas paredes ainda precisam de tijolos, rebocos e pinturas. Preciso tomar a pílula "soma" criada por Huxley para recarregar as energias e conseguir sobreviver nesse admirável mundo estranho. Mas, tenho o livre arbítrio para escolher tomá-la ou não. Se tomar, com ela virá o conformismo, o que uma alma inquieta não aceita. Prefiro mesmo optar por ver o mundo com os olhos livres mesmo que ainda me assuste. A mim fica a missão de assumir as dores e delícias que tem a liberdade e o conhecimento. Caetaneando, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Oswaldeando, fica o manifesto: "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres."

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Da criação que tive

Tenho que agradecer eternamente pela criação que tive. Posso dizer com orgulho que nunca conquistei nada em minha vida que não fosse fruto de meu próprio esforço e devo isso à criação que tive, pois minha família me fez ver desde cedo o valor das coisas e que a educação é um bem valiosíssimo. Agradeço por não ter tido tudo que pedia e por ter sido levada a entender que para alcançar algo é preciso merecimento. Quero imensamente levar isso para todos os dias de minha vida e transmitir esses valores para os filhos que ainda não tenho. Soube hoje de algo tão torpe, que mexeu comigo e que guardarei para mim, mas tive vontade de registrar um forte agradecimento, porque caráter pode ser corrompido, mas se construído em bases sólidas, ninguém consegue abalá-lo. O meu, graças à criação que tive, é uma fortaleza.

domingo, 18 de setembro de 2011

Planeta dos macacos

Fascinada com o filme "Planeta dos macacos - a origem". Ansiosa para rever o primeiro que assisti há muitos anos e com uma visão adolescente da trama. Preciso de uma releitura desse clássico do cinema urgentemente. Mais ansiosa ainda para ler o livro que motivou as tramas. Como costumo apreciar mais o escrito do que o visual e este já me fascinou tanto, creio que será um mergulho numa leitura espetacular. Espero não ter a expectativa frustrada. Deixarei para tecer maiores comentários sobre a história quando tiver feito todos os links, só adianto que as interferências dos seres humanos na natureza e os perigos que a ciência pode produzir são o ponto de partida para por em voga que ciência e ética devem caminhar lado a lado, que todos os seres vivos merecem respeito e que os humanos precisam rever seu papel no planeta.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Saudade de minhas leituras


Saudade de minhas leituras sem compromisso. Muita saudade do tempo em que passava a tarde inteira na biblioteca lendo o livro fresquinho tirado da prateleira. Saudade do tempo em que meu compromisso era apenas com os livros e as histórias que sempre me fizeram companhia desde a infância. Dos gibis do pato Donald aos livros fascinantes de Aghata Christie que tanto adorava. A fabulosa rainha do crime, ai que saudade. Li tanto os clássicos nacionais de nossa literatura, contei tantas histórias para os alunos, estudei tanto os estilos narrativos, as nuances, os interdiscursos, a mimesis, a verossimilhança... Flaubert, Peucheux, Nietzche, Saussure já consumiram tanto meu cérebro com suas teorias do discurso. Alencar, Assis, Lispector, Pessoa, Andrade, Bandeira, Bilac e tantos outros rondaram meus dias. Às vezes tenho vontade de me meter nesse mundo outra vez, mas por pura diversão, até porque já esqueci boa parte de todas as teorias. Quero ler por prazer, exclusivamente. Imersa hoje na gestão de pessoas, convivo com outros mestres, como Fischer, Hunter, Drucker, Senge... Mas eu quero ler meu saudoso Saramago, Jorge Amado ou meus livros menos comprometidos ainda, daqueles que a Academia de Letras esnoba por não serem considerados genuína literatura ou cânones. Está na hora de comprar a estante e trazer meus livros de volta pra mim.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

...

Num instante, pisava em chão firme, no outro, abriu-se um grande vão. E eu que aprecio tanto as mudanças, ainda preciso aprender a lidar melhor com perdas. Hoje, um líder se foi. Alguém que conseguiu despertar em mim a motivação profissional perdida e fazer com que eu pudesse acreditar na proximidade da concretização de alguns projetos antes tão distantes e intangíveis. Mas não quero voltar ao estágio do ceticismo. Agora é secar as lágrimas e acreditar que pode surgir um novo líder para abraçar as causas e não deixá-las adormecidas. Deste post talvez resulte qualquer coisa desconexa, pois escrevo aqui com o coração partido, mas fica meu registro em homenagem a Márcio Fahel, que conseguiu tão sabiamente conduzir sua equipe com responsabilidade, dedicação e respeito pelas pessoas. E agora? Novos tempos outra vez. Boa sorte ao que vai e ao que chega. Que este saiba exercer a liderança com  a mesma maestria.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Comprometida



Ainda não terminei de ler, mas "roubei" a ideia de um trechinho do livro "Comprometida", de Elizabeth Gilbert,  e o adaptei conforme minha identificação. Isso me faz perceber que livrinhos água com açúcar podem se tornar leituras bem instigantes.

"Falo em aprender a adaptar a vida da maneira mais generosa possível em torno de um ser humano basicamente decente que, às vezes, pode ser um pentelho insuportável."

Com a licença "poética":

Posso garantir que ele jamais fará uma aula de pilates comigo sem reclamar dos profissionais ou da administração do curso. Dificilmente conseguirei que aprecie um belo prato de camarões. Jamais conseguirei lhe tirar uma ideia fixa ou o mau humor, que às vezes chega a extremos cansativos, sem antes perder a paciência ou rezar um mantra para não perder as estribeiras. Ele nunca vai usar aliança, porque não gosta de nenhum corpo "estranho" em seus dedos. Tenho certeza de que não protagonizaremos beijos lascivos às vistas alheias. E, por mais que saiba o quanto eu gosto de livros, jamais se interessará em ler comigo qualquer tipo de literatura, "de modo que esse imenso prazer meu continuará a ser um prazer particular."

"Do mesmo modo, há prazeres da vida dele que jamais serão meus". Adora jogos eletrônicos e eu tenho pouco ou quase nenhum interesse por eles. "Ele é solitário, eu não." É discreto, desconfiado e retrancado e "nossas" amizades serão sempre mais minhas do que dele, construídas por mim e raramente por ele. Dificilmente faremos capoeira juntos ou aprenderei a tocar violão, embora adore música. Certamente, não desenvolverei o prazer de entrar em mercadinhos para apreciar as novidades. Mas, nossas dessemelhanças nos levam a entender o amor em sua plenitude, não pelos fogos da paixão, que é efêmera, mas pelos laços da intimidade, que nos permitem ver o outro tão de perto, mesmo com nossas imperfeições, e isso nos torna seres aperfeiçoados.

A grande sacada é descobrir entre as dessemelhanças aquilo que nos integra totalmente e que faz de nossa união tão intensa. Os relatos aqui são apenas parciais, mas exprimem um pedacinho de nossa relação. A alguns pode parecer banal, mas é muito bom saber que tenho ao meu lado alguém que se dispõe a caminhar ou correr na praia e tomar um sorvete à beira do mar, que me segue e me convida para explorar o mundo, pensando apenas em aproveitar cada momento, que vibra ao ver as nuvens quando estamos num avião e segura forte minha mão na hora do pouso, que me encanta quando menos espero com uma surpresinha de amor...

* Estamos agora em 2016 e revisito este texto com um carinho tão grande como quando ele  foi escrito. E quase nada mudou de nossas personalidades, apenas à aliança no dedo ele se rendeu. rs Coisa boa é revisitar nossas leituras e rabiscos.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Afinidade



"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
(...)"


P.S.: Para meus queridos amigos que não vejo com a frequência que gostaria e hoje, em especial, para Raquel Velame.

domingo, 26 de junho de 2011

Pertencimento

Quando estava em cartaz nos cinemas, quase assisti a esse filme por várias vezes, mas sempre acontecia algo para mudar o foco, até que ontem, finalmente, consegui ver "A rede social". A narrativa é fantástica, mas é preciso atenção constante para não perder o fio da meada. Não diria que é um filme brilhante, porém para quem já quase escreveu uma monografia sobre redes sociais como eu, inevitável não postar no mínimo um comentário sobre minhas impressões a respeito do filme. Facebook. Redes sociais em mundos virtuais. Por que e para quê? Pertencimento é a resposta. Já afirmei algumas vezes que escrevo no mundo virtual para me fazer sentir presente no mundo. Sim, eu confesso. Também preciso pertencer. É uma necessiade vital do ser humano, o sine qua non de nosso tempo. É uma questão de identidade. Mark Zuckerberg uniu uma vingança contra a namoradinha e a apropriação de ideias alheias, comprometendo até uma amizade, para criar sua grande rede social. A sociedade do espetáculo toma conta do palco. Precisamos ver e ser vistos, fazer parte de grupos, compartilhar o que pensamos, o que fazemos, o que sentimos. É a necessidade de se sentir alguém, de se fazer existir, de protagonizar em nosso espaço virtual aquilo que desejamos mostrar ao mundo. Imprimimos uma marca, a nossa marca, mas que só faz sentido se circular em um grupo. E nessa busca pela visibilidade, é preciso ter moderação. Mark não teve. Na trama, ganha notoriedade, uma mente brilhante, mas no fundo o que vemos é um nerd moderno, frustrado por não saber remar, por ter perdido a namorada, egocêntrico e, apesar de conectado virtualmente a milhões de pessoas, termina o filme de forma emblemática, ele e a tela de seu note, na página que a ex-namorada criou no facebook. Bem ou mal, tornou-se um milionário, reconhecido mundialmente. "Você não consegue 500 milhões de amigos sem conquistar alguns inimigos" é a chamada do filme. Amigos, seguidores, são tantas as formas de se expressar a "amizade", que ela se torna banal. O personagem só tinha um amigo e o perdeu.  De nerd a popular, mas solitário. O que destaco do filme, especialmente a cena final, é um emblema da solidão em um mundo tão enredado, conectado, plugado. As redes sociais são a forma que a sociedade contemporânea encontrou para suprir sua grande necessidade de pertencimento. Compartilham-se grupos, clubes, amizades, mas no fundo muitos estão lá sozinhos em seus mundinhos virtuais. Quanto tempo passamos em frente às telas? São elas os nossos escudos, as nossas fantasias, as nossas marcas, os nossos refúgios.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Desabrochar

Depois de um longo processo de buscas, sinto que consegui descobrir o caminho da motivação profissional. Não sei quando esse despertar aconteceu, mas sei que ajustando as velas, estou conseguindo construir uma relação de amor com o que faço. Decidi investir, estudar, apostar. Tenho novos planos e expectativas.  Sinto que estou no caminho certo daquele labirinto que volta e meia cito neste blog. As portas que abri me trouxeram boas experiências, embora ainda haja tantas outras por escolher. Mas seguindo a intuição, espero entrar pelo caminho que me conduza sempre a um desabrochar que me contagie. :-)

domingo, 29 de maio de 2011

Sim, este blog virou um "diário"

Sim, este blog virou um "diário". Entre aspas porque a frequência dos escritos é incerta. Tenho registrado aqui o que desejo compartilhar para o posteridade. É uma forma de me fazer sentir gente no universo. Aqui e no twitter tenho deixado pedaços de mim e do que penso para me deixar gravar no mundo. Mas há que se aceitar que sempre, terminantemente, haverá uma linha tênue entre o real e o ficcional. Já li e ouvi muito que o mundo é um grande palco. Todos representamos. Todos. Aqui, tudo dependerá da quantidade de roupa que eu quiser usar um dia. Não faz muito tempo, escrevi que tenho andado muito descalça neste blog. E tenho mesmo. Mais que isso, nos últimos tempos, diria que ando completamente despida, por isso assumo que ele virou um "diário". Contudo, é bom lembrar que existe alguém por trás das letras, que determina quando estará nua e quando estará com toda sua indumentária.

sábado, 28 de maio de 2011

Flor rara



O movimento das coisas me seduz. Tenho aprendido a ser resiliente, mas quando sinto que caminho para ser mais do mesmo, dou uma volta para tentar fazer a diferença e me sentir mais perto de mim.  Inverto a ordem que os outros teimam em determinar para minha vida. Estrangeira em meu próprio mundo, prefiro ser uma flor rara no meio do jardim. Escolhas. Sempre temos que fazer escolhas. Nem sempre sei por qual porta entrar, mas domino a arte de deixar sempre a que saí entreaberta. Ao final do labirinto da vida, espero ter conseguido chegar a um lugar diferente de tudo que os outros buscaram, um lugar que não me faça mais sentir tão entrangeira.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Fios brancos

Ainda cheira a novo, mas amanhã completa um ano em que tomei uma decisão que daria um novo rumo a minha vida. Sentada no banquinho do jardim, não foi difícil ouvir o coração gritar aos pulos: é aqui que você vai construir sua nova vida. Ainda demorou alguns meses até a mudança ser completa, mas foi naquele 25 de maio que conheci meu lar. Dia festivo que coincide com o aniversário de uma das pessoas que mais amo, que certamente abençoou minha escolha. Um ano em que dei um salto para me libertar de muitas amarras, para aprender a ser mais mulher, mais amiga, mais filha, mais profissional, mais eu. Especialmente para conviver com minhas forças e fraquezas um pouco mais de perto. Um ano em que consegui ouvir sem interferências os anseios de minha alma e em que começaram a despontar alguns fios brancos em meus cabelos. Fios que acompanham meu processo de amadurecimento. Que ao mesmo tempo que me mostram a firmeza do tempo, também indicam que eu cresci. E cada conquista diária me faz ter orgulho de mim, agradecer a Deus pela educação que tive, pelos bons exemplos nos quais me espelhei e por ter certeza de que muito ainda está por vir.

domingo, 27 de março de 2011

Das transformações e da liberdade


Há dias em que olhamos ao redor e percebemos o quanto crescemos, o quanto mudamos e não somente nós, mas também as coisas, os outros, o tempo, a vida. É muito gratificante sentir as transformações na minha vida, no meu jeito de enxergar o mundo, de sentir as coisas, de me relacionar com as pessoas, com minha família, com as adversidades, com minha vida profissional, com a natureza... É gostoso ver as transformações no meu lar, saber que cada detalhe, seja de um quadro na parede ou de um lençol estendido na cama, tudo, tem o meu toque, o meu jeito, a minha essência. É prazeroso sentir o aconchego que existe aqui e mais ainda ouvir de amigos e pessoas especiais que sentem esse aconchego.  Houve uma parte de minha vida em que a menina ingênua tinha medo de cometer um pecado e confessava ao padre seus "desvios". Essa menina durou pouco, certamente por se distanciar demais da própria menina, que ao se olhar no espelho não conseguia ver aquela imagem refletida. A menina cresceu e questionou o mundo, a ordem estabelecida e só queria saber de uma coisa: conquistar sua liberdade. Tantos medos vencidos com bravura e tantos ainda por vencer... Hoje, essa menina já sabe que a liberdade pode ser traiçoeira, ilusória e até mesmo contraditória, mas mesmo que seja uma liberdade inventada, é indescritível a felicidade que ela proporciona.

"Liberdade? É meu último refúgio, forcei-me à liberdade e agüento-a não como um dom, mas com heroísmo: sou heroicamente livre." (Clarice Lispector, sempre com sábias palavras).

domingo, 20 de março de 2011

O "A" é meu

Desabafo: Tatuei a inicial de meu nome tão naturalmente pensando em registrar em mim algo que tivesse um significado tão meu, tão intimamente meu, mas não contei com a malícia de algumas pessoas (uma delas tão querida, por sinal) ao afirmarem que o "A" que carrego no pescoço não me pertence. Amo meu companheiro, mas não tenho culpa se seu nome também inicia com a letra "A". Quem me conhece VERDADEIRAMENTE sabe bem que não faz parte de minha personalidade "homenagear" amores assim. Mas, sempre somos julgados pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Não gosto de ser apontada, muito menos quando se trata de inverdades. Talvez por isso me incomode tanto quando alguém afirma com tanta certeza algo que nem sequer passou em minha mente e que tão naturalmente fiz, pensando unicamente em mim mesma. O "A" é meu, muito intimamente meu. Que o ressignifiquem como "A" de alegria, esta que infinitamente faz parte do meu eu.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fortaleza


Leoninas costumam ser fortes e esse leão que habita em mim ajuda a manter minha fortaleza. Coragem e força são a ordem. Mas (poderosa adversativa) até o bravo Aquiles tinha seu ponto fraco. Não é bom expor as fraquezas, e para alguém que carrega em si um símbolo tão forte do zodíaco, as fraquezas acabrunham. No fundo, ninguém é tão destemido.

quinta-feira, 10 de março de 2011

"Amores" brutos

O dia internacional da mulher encontrou em 2011 um forte concorrente: o carnaval. Em plena terça-feira de folia momesca, as mulheres ficaram em segundo plano. Que dia da mulher que nada! Quero sair na avenida e gritar: "Eu te amo, porra!" Assim é o refrão de uma música bastante cantada este ano. Bem distante de canções mais doces e românticas, como "a onda te trouxe, sereia do mar, princesa do céu, quero namorar", entoada em "Menina me dá seu amor", por exemplo. Muitas canções têm sido feitas na base da depreciação absoluta da mulher, ao estilo: "toma, negona, toma chupeta" ou "rala a tcheca no chão". Manifestações populares. Ok, mas muito grotescas. As músicas são quase um sexo explícito e animalesco. São "amores" brutos: "Eu te amo, porra!", gritado várias vezes com força. Toma, negona, rala a tcheca no chão, só as cachorras e as piriguetes. Ouvi uma dessas impressionantes canções que dizia que o cara estava cansado de beijo na boca e só queria fuca na catchuka e na rádio me "emocionei" com "tu desce e aquece o cu, sobe e aquece a xota, agora a mulherada vem com o peito na piroca". E quando eu penso que já ouvi tudo, eis que me deparo com uma "canção de amor", que traz em seu refrão: "pega no meu pau e chupa o meu saco, comer o seu buraco, você vai ter que dar". Uau...

É, mulheres, sexo é bom, mas não é tudo e com carinho é muito melhor. Para nosso dia, deixo um registro de minha indignação pelo que tem sido entoado sobre nós ou para nós em certas "canções".  Beijos, abraços, carinhos, afagos, conquista, declarações de amor, e por que não poesias é que precisamos. Nesses tempos de carnaval, reparei que o Chiclete com Banana tem uma boa relação de carinho conosco em suas canções, mesmo quando faz alusão ao sexo: "Eu quero é te amar, me entregar ao prazer, amanhecer em seus braços até o dia amanhecer." Com dois dias de atraso, mas ainda em tempo: Feliz dia internacional da mulher! E que os homens tragam para nós, assim como diz a canção, o brilho das estrelas, nos entreguem o mundo inteiro e nos chamem de meu bem. :-)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ainda falta

Ainda falta. Pode ser fruto de um tempo mal aproveitado ou até bem, quando é possível. Mas ainda falta. Difícil conviver com adversativas. Elas sempre nos levam a uma oposição... É ruim, mas é bom. Ouço muito isso de minha professora de pilates. O corpo não responde bem à vida que levo. Ele grita quando estou presa no trânsito ou quando me enfurno em frente ao computador.  No carro, temo abrir as janelas. O ar é viciado, artificial. Gostaria de poder respirar livremente, mas ainda que pudesse abrir os vidros sem medo, o calor me sufoca. O ser humano está se autodestruindo. A natureza tem dado muitas respostas, mas é preciso ser dotado de muita sapiência para compreender e ter um bom convívio com ela. Hoje, a nação egípcia tenta derrubar um ditador pelo sonho da democracia, mas a democracia é apenas um disfarce, uma forma velada de ter sempre o poder, mas com o aval do povo. Ando cética nos últimos tempos. As relações de poder são muito sujas, ainda que democráticas. Sinto saudades do cachorro, do sorvete de mangaba, do almoço de domingo e de minha voinha que não está mais aqui, mas gosto de cultivar meu canto, meu espaço, minhas begônias e mais do que tudo, minha liberdade. Quero estar junto com ele, mas também quero ter momentos somente meus. Mas, mas e mas. E eu só quero mais, porque, apesar de tudo, ainda falta.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Click!


Não se sabe para onde vai a foto,
mas o importante é aparecer em algum lugar.
Juntem-se e abram um sorriso,
para nossa alegria se eternizar.
Click!