domingo, 26 de junho de 2011

Pertencimento

Quando estava em cartaz nos cinemas, quase assisti a esse filme por várias vezes, mas sempre acontecia algo para mudar o foco, até que ontem, finalmente, consegui ver "A rede social". A narrativa é fantástica, mas é preciso atenção constante para não perder o fio da meada. Não diria que é um filme brilhante, porém para quem já quase escreveu uma monografia sobre redes sociais como eu, inevitável não postar no mínimo um comentário sobre minhas impressões a respeito do filme. Facebook. Redes sociais em mundos virtuais. Por que e para quê? Pertencimento é a resposta. Já afirmei algumas vezes que escrevo no mundo virtual para me fazer sentir presente no mundo. Sim, eu confesso. Também preciso pertencer. É uma necessiade vital do ser humano, o sine qua non de nosso tempo. É uma questão de identidade. Mark Zuckerberg uniu uma vingança contra a namoradinha e a apropriação de ideias alheias, comprometendo até uma amizade, para criar sua grande rede social. A sociedade do espetáculo toma conta do palco. Precisamos ver e ser vistos, fazer parte de grupos, compartilhar o que pensamos, o que fazemos, o que sentimos. É a necessidade de se sentir alguém, de se fazer existir, de protagonizar em nosso espaço virtual aquilo que desejamos mostrar ao mundo. Imprimimos uma marca, a nossa marca, mas que só faz sentido se circular em um grupo. E nessa busca pela visibilidade, é preciso ter moderação. Mark não teve. Na trama, ganha notoriedade, uma mente brilhante, mas no fundo o que vemos é um nerd moderno, frustrado por não saber remar, por ter perdido a namorada, egocêntrico e, apesar de conectado virtualmente a milhões de pessoas, termina o filme de forma emblemática, ele e a tela de seu note, na página que a ex-namorada criou no facebook. Bem ou mal, tornou-se um milionário, reconhecido mundialmente. "Você não consegue 500 milhões de amigos sem conquistar alguns inimigos" é a chamada do filme. Amigos, seguidores, são tantas as formas de se expressar a "amizade", que ela se torna banal. O personagem só tinha um amigo e o perdeu.  De nerd a popular, mas solitário. O que destaco do filme, especialmente a cena final, é um emblema da solidão em um mundo tão enredado, conectado, plugado. As redes sociais são a forma que a sociedade contemporânea encontrou para suprir sua grande necessidade de pertencimento. Compartilham-se grupos, clubes, amizades, mas no fundo muitos estão lá sozinhos em seus mundinhos virtuais. Quanto tempo passamos em frente às telas? São elas os nossos escudos, as nossas fantasias, as nossas marcas, os nossos refúgios.

2 comentários:

Clarinha disse...

ANDRÉIAAAA SAUDADES DE VC FLOR!!

quanto tempo hein..
eu sei, eu sei... andei sumida... mas vc tbm sumiu, vai!!!

queri volter aqui... tenho saudades da época que o blog nos trazia diversão, pelo menos pra mim, vai!!

apareça no meu blog... qeuro voltar com tudo..rs

beijosss

Andréia M. G. disse...

Clarinha, só entro aqui para despejar algumas palavras quando elas teimam em sair de minha mente sempre borbulhante. Vou tentar ser mais assídua nos blogs dos e-amigos. Bj