sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Antes que o ano termine

Shopping apinhado de gente. Passos apressados. Mulheres em busca de vestidos brancos. Todas em busca de paz. O tempo é curto. O ano está perto do fim. Quem ganhará o carro da promoção? Quem ganhará a mega-sena da virada? É preciso fazer muito antes que o ano termine. Para que tanta pressa se depois da meia-noite um novo ano se abre? O artista passa anônimo no meio da multidão. Nem dá tempo de pedir um autógrafo ou registrar o momento com um flash. Você vê o artista, o reconhece e lhe abre um sorriso surpreso. É ele! Toca-lhe o braço e continua a andar, com pressa, sempre com pressa, pois a velocidade do mundo consome você.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Natal


No Natal, o menino pediu pão.
Não dei.
No lixo, ele fez sua ceia.

Não sei o que dizer

Entrei e saí do blog várias vezes hoje. Quero escrever algo, mas não sei o que dizer. As palavras estão turvas em minhas ideias. Não sei ao certo o que as deixam assim. No final, largo aqui o que me vem à mente, à toa. Tenho tanto a fazer ainda e me falta vontade. Preciso ser sábia para administrar melhor o tempo. Este ano está indo embora. Não sei o que o futuro me reserva. Ninguém sabe. O futuro a Deus pertence, não é? Espero que sejam alegrias. Os sentimentos oscilam demais, às vezes. A alma permanece inquieta. Eterno carma em minha vida. Há momentos em que os sentimentos se acalmam, viram águas tranquilas, mas vem uma maré forte e os abalam novamente. Quero mais. Não sei exatamente o quê, e sabe Deus se um dia terei alguma resposta, só sei que quero.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tirando o pó

Quanto pó sobre os móveis. Precisa de uma flanela e de um bom espanador. As flores estão com as folhas secas. Bem sequinhas. Precisam de um regador. Solitária esta casa. Poucas vozes, ou quase nenhuma. Silêncio demais por aqui. Mas do lado de cá, há muitas vozes e alguns silêncios. No entremeio, uma casa que se constrói. Um novo lar, no qual nenhuma poeira habita. Cá, existe paz no coração. Abra as janelas, para o vento passar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.


O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.


E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

 
Hoje trouxe Camões para florir meu blog. Este poema é a tradução perfeita do meu atual estado de espírito. E como tudo muda em uma velocidade muito intensa, amanhã outro poema poderá traduzir melhor meus ânimos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E tem aqueles dias

E tem aqueles dias em que você não quer pensar
E tem aqueles dias em que você só quer dançar
E tem aqueles dias em que tudo que você quer é dormir em Londres e acordar em Atenas
E tem aqueles dias em que você quer voar de asa delta ou entrar num balão
E tem aqueles dias em que você quer plantar uma árvore e escrever um livro
E tem aqueles dias em que você quer ser super-herói
E tem aqueles dias em que você quer fazer uma nova amizade e contar seus segredos
E tem aqueles dias em que você quer ficar horas a fio embaixo do chuveiro
E tem aqueles dias em que você quer fazer uma receita de bolo de chocolate
E tem aqueles dias em que você só quer o chamego de quem ama
E tem aqueles dias em que você não sabe se deve continuar em uma estrada
Mas segue mesmo assim.

domingo, 22 de agosto de 2010

Descalça

Indisposição mental. Cansaço. A verdade é que gostaria de encontrar mais qualidade de vida. O trabalho tem sido chato. Sem muitas inovações. Mesmice me incomoda. Gosto de mudanças. Rotina é um porre. Escrever aqui não é mais a mesma coisa há muito tempo. Tentei escrever sobre blogs, mas as atribuições rotineiras do trabalho me absorveram. Apertei o stop. Delineei novo rumo a minha vida saindo da casa de meus pais. Estou em fase de transição. Sei onde quero chegar, mas os meios para alcançar estão um pouco turvos. Ainda. Em sonhos, Deus sempre me envia sinais. Alguns consigo interpretar, outros permanecem em mistério. Livros e filmes acumulados. Leituras inconclusas. Algumas pessoas intragáveis com quem tenho que lidar. Não combino com este mundo. Não mesmo. Queria poder colocar uma mochila nas costas e sair pelo mundo afora sem rumo definido. Ainda serei mochileira na Europa, mesmo que seja apenas como turista curtindo as férias suadas para conquistar. Dias melhores, dias diferentes, dias mais vibrantes. Cuidar do meu novo lar tem sido bom. É indescritível a sensação de escolher os móveis, a cor das paredes. Os gastos são muitos, mas a razão é válida. Estava de férias e volto ao trabalho esta semana com vontade de prolongar o período de ausência por lá. A verdade é que o que faço não me seduz. Sinto muita falta de muito. Mas procuro fazer tudo da melhor forma possível. É o meu dever. Gostaria de aliar o dever ao prazer. Às vezes me sinto mal agradecida por não me sentir satisfeita profissionalmente. Mas o que posso fazer se sinto? Não que abomine tudo que faço. Há coisas que me proporcionam satisfação sim, mas a burocracia, a rotina, os jogos de vaidade sugam minhas energias. Se a felicidade não fosse o lema de minha vida, talvez não aguentasse a pressão. Ando sensível e com a mente extremamente inquieta. Odeio acomodação. Acho que tenho andado bastante descalça por aqui. Boa noite.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sem título


O preto e o branco.

Cores extremas ou ausência de cor?

Várias nuances desfilam entre esses dois tons.

O início e o fim.

Ao nascer, o branco, a luz, o abrir.

Ao morrer, o preto, o escuro, o eterno dormir.

O céu e o inferno.

Quem há de descobrir?

domingo, 11 de julho de 2010

30

30 anos batendo à porta. Sempre ouvi falar da crise dos 30. Fui premiada, escapei ilesa, ou quase. Vivenciei a crise dos 25 e o retorno de Saturno, mas aos quase 30, meu compromisso é com a felicidade e apenas isso. Ou tudo isso. E nesse passar de anos, descobri que a crise é um construto social. São os outros que nos cobram sempre. E são vários os tipos de cobrança, mas aos 30, há duas que não cessam: casamento e filhos. Em outros tempos, talvez realmente entrasse em crise, mas à beira dos 30, não há espaço para pressões e cobranças. Sou livre, uma fruta fresca, que sabe exatamente o que quer da vida e luta para alcançar seus objetivos. “Já está na hora”. Ouço tanto isso. Certo dia, ouvi um diálogo entre duas colegas de trabalho: “Já está na hora de encomendar o bebê.” “Não estamos pensando em filhos agora.” “Então pra que casou?” “Eu casei para ser feliz”. Xeque-mate.

Tudo ao seu tempo. Já está mesmo na hora, mas de liberar a mente e ser feliz!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Flor madura


Quanto mais se amadurece,

mais se percebe quanto tempo se perde

com o que não se deve.

domingo, 4 de julho de 2010

Mudança

Play. Que tal escrever hoje no blog? Entrei e mudei sua aparência. Roupa nova para você, meu filho. Porque a fase do retorno de Saturno está indo embora. Mexi no seu guarda-roupas e cá também estou a mexer no meu. Começo, enfim, a fazer as malas e a virar borboleta. O casulo já estava inchado. Estorou. Começo a voar. Livre. E agora não sei mais como colocar as palavras aqui justificadas. Alinhe-se à esquerda, porque às vezes é bom subverter a ordem.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O outro

O outro é o outro. Não adianta pensar que esse outro pode ser um igual, porque a diferença é que faz dele outro e isso é imutável. É uma sentença derradeira sem direito a recorrer a outras instâncias. A decepção acompanha bem de perto aqueles que esperam do outro, embora também dessa relação possam surgir gratas surpresas. Mas não se engane. Indubitavelmente ele sempre será o outro, por mais próximo que esteja de você. Por vezes pode parecer um fantasma, assustadoramente a sua volta. É quando ele mais se aproxima que o vemos nitidamente como outro, porque a distância embaça a visão, distorce a imagem e o outro pode parecer com um igual. Mas a sentença já foi decretada. Todos, sem exceção, são diferentes, por isso mesmo são o outro. Não é novidade, mas é sempre bom reafirmar para não se iludir.
P.S.: Apertei o play, pelo menos por hoje...

sábado, 13 de março de 2010

Pause ou Stop

Após escrever este post, apertarei o botão de pause no blog. Até que durou bastante, mas agora vou cuidar de outros jardins. Se for o caso, voltarei para fazer um reflorescimento por aqui. Caso contrário, talvez esta postagem seja um stop.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

À mestra, com carinho

Estudar blogs, mais precisamente blogs e literatura. Limites entre ficção e confissão. Ideia que abracei por um tempo, mas que começou a me sufocar. Não o tema, nem a ideia de estudar sobre isso, mas outros fatores que gritavam dentro de mim mais urgentes. Se for para fazer mal-feito, prefiro não fazer. Interrompi o projeto. Perdi até mesmo um pouco do interesse inicial. Decidi cuidar mais de mim, soltar algumas amarras, investir em projetos que estavam adormecidos. Não foi fácil, não mesmo. Sinto, muitíssimo, mas ouvi meu coração e minha razão. Ambos estavam em comum acordo. As dúvidas cessaram. Não vale a pena empurrar coisas com a barriga. À Eliana Mara Chiossi, minhas desculpas por ter interrompido o projeto e meus sinceros agradecimentos pelo apoio. Eliana, você é um biscoito fino.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Decidir

O decidir às vezes é trôpego. Bambeia, vacila, pende para um lado da corda, mas quando acontece, segue firme, de corpo ereto e olhar preciso. Às vezes, decidir dói, abala as estruturas, causa arrependimentos, outras vezes liberta, proporciona paz, alimenta certezas. Às vezes, tudo isso se embaralha. Contudo, para alguém que decidiu ser feliz, decidir, mesmo que doa, vale a pena.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sobre a vida


Nas aulas de Ciências, a professora ensinava o ciclo da vida. Dizia que os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Simples, direto e objetivo se não existissem grandes lacunas após cada vírgula que separa as fases do ciclo. Antes de crescer, preenchemos bastante a lacuna com o fervor da adolescência. Energia transbordando por todos os poros no meio de um horizonte de possibilidades e expectativas. Dúvidas, dores, descobertas. Quase nenhuma responsabilidade. Depois que se cresce até a reprodução, ah, que lacuna enorme... Como preenchê-la? Às vezes é melhor dar um salto e anular a fase da reprodução, afinal, para que deixar a alguém o legado de nossas misérias, diria Brás Cubas. Sou mais otimista que Cubas. E dizem que a vida é tão curta. E o mundo tão cão. Mas encarar as fases e preencher suas lacunas é que faz da vida viva.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Vale night

Baianinha que sou, no verão surgem os hits carnavalescos e as festas de verão aos montes p/ ir. Durvalino, meu rei inventou este ano o vale night. Canção bobinha, como quase todas são, mas com agito que empolga quem gosta (que isso fique claro, porque há quem deteste e com todo o direito). Eu gosto e ponto. Com exceção do que se chama de pagode e afins, que definitivamente não fazem o meu estilo. Não consigo entrar na energia de letras que dizem "vou te comer, vou te comer..." ou "todo enfiado, todo enfiado...", ou "rala a chana no chão", etc. e tal. Não entra, não desce, não dá. Pra mim, porque há quem goste. Mas voltando aos hits de carnaval, eu adoro Asa de Águia e na sexta passada peguei meu "vale night" e fui para o festival de verão. Por todos os lados adolescentes aos montes. Há um tempo eu não percebia isso, porque também era um deles, mas agora sinto a diferença muito nitidamente, mas há espaço para todos e isso é o bom da história. Todas as tribos têm seu lugar ao sol. Caetano deu um show, a galerinha teen não curte, mas ok, há espaço para todos. Nos palcos secundários só vi o finalzinho de Vânia Abreu, que deu um show a parte. Victor e Leo, lindinhos e carismáticos. Gosto muito. Amei! Uhu! Gritei! Fofos, mas não só fofos, cantam e tocam muito, canções românticas, as que mais gosto e ponto. Depois, Asa! Curti muito meu vale night!!!!! Daniela Mercury e Carlinhos Brown = show bem artístico, mas não vi todo, saí para abastecer a pança e namorar um pouquinho. huhuhuhuhu Quase uma adolescente! Então, a sirene anunciou a entrada de Charlie Brown Jr. Oh, céus! Tudo que meu love queria ver. Ok, ele já foi a muitos shows do Jota Quest p/ me fazer companhia. Vamos lá, afinal, era o aniversário dele... Ai, ai... os adolescentes foram à loucura, cantaram todos os hits e eu lá sentindo o fedor de maconha por todos os lados, recebendo empurrão toda hora, porque a diversão deles era abrir rodas de luta, enfim, não curto. Detesto. E ainda houve momentos em que o vocalista mandou a polícia se retirar e deixar os meninos sob seus cuidados e em seguida sugeriu que acendessem um baseado para iluminar a pista que estava com luz baixa. Ai, ai, "é Charlie, Brooooooooooown!" Não gostei, não gosto, mas... E meu love é mega eclético, porque gosta de João Bosco a Charlie Brown, passando por Belo e Calipso. Gosto não se discute. Restava ver A Zorra, mas já estava amanhecendo e já tínhamos virado abóbora. O saldo foi positivo. Curti muito meu vale night.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Recusa

Recuso-me a dormir. Porque o sono é um momento de interrupção e odeio cortes. Quero ser contínua, viver ininterruptamente, incessantemente. O corpo cansa, mas a mente ferve. Não quero o sono, quero a vida. Quando durmo, tenho a sensação de que deixei algo inconcluso. Os pensamentos não querem desligar as luzes, mas o corpo não atende aos seus desejos. Se não durmo, o corpo reage. Precisamos dormir. Precisamos descansar para começar tudo de novo. Não é possível manter-se acordado o tempo inteiro. Tudo ao redor é efêmero, mas eu não quero ser, por isso essa recusa. Enquanto durmo, minha vida fica em suspenso como se alguém apertasse o botão de pause, mas eu não quero pausar nada, por isso me debato, por isso sonho, para manter a mente desperta, mesmo que inconscientemente.

Temos limites, mas o que quero é ser ininterruptamente contínua.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Salve a natureza!


Alguns dias no Capão e vontade cada vez mais crescente de saudar e salvar a natureza. Comecei 2010 mais perto de Deus. Um brinde ao novo ano! Que seja de atitudes positivas.