domingo, 23 de agosto de 2009

“Ó, pátria amada, idolatrada, salve! salve!”

Dizem que o Brasil, apesar de suas mazelas, é um país abençoado por não ter guerras, furacões, terremotos, e por ainda ter uma natureza exuberante, apesar de toda a devastação que já sofreu. Eu me pergunto algumas vezes se realmente não existem guerras aqui. Vivenciamos furacões de violência, que tem crescido assustadoramente. Eu ando na rua sempre em alerta, segurando firma a bolsa. Tomo vários sustos quando pessoas passam de moto ou bicicleta perto de mim, pois sempre tenho a sensação de que vão tentar me assaltar. Meus passos são sempre acelerados. Quando estou dirigindo, a situação não muda muito. Continuo temendo as motos. Duas colegas recentemente presenciaram um assalto no trânsito cada vez mais engarrafado de Salvador, onde moro. Dois motoqueiros sacaram suas armas, renderam os passageiros de um carro e foram embora tranquilamente. Um dia desses, a polícia ameaçou fazer uma greve reivindicando melhores condições de trabalho e de salário. Os policias estão errados ou certos? Lembro-me de uma vez que fizeram greve há alguns anos e o caos se instalou na cidade. As pessoas se preveniam trancando-se em casa. Várias lojas foram saqueadas pelo povo que aproveitou a greve para roubar o que não podiam comprar.

Se ligo a TV ao meio-dia, só vejo programas popularescos e apelativos explorando as classes miseráveis. Até cadáveres estão sendo mostrados ao vivo. O sensacionalismo está “à flor da tela”. Onde vamos parar? Quando estaciono meu carro em algum lugar, muitas vezes retorno para conferir se as portas estão bem fechadas. Insegurança até a última potência. Conheço várias pessoas que foram tomadas de assalto, eu mesma já fui vítima algumas vezes, mas graças a Deus sem maiores consequências. Houve um tempo em que era moda receber telefonemas (ao que consta, feitos de penitenciárias) para tentar extorquir dinheiro das pessoas com a falsa notícia de que um parente havia sido sequestrado. Na minha casa, quase meu pai caiu no golpe. A imprensa noticiou vários casos de pessoas que foram vítimas dessa extorsão.

Em todas as campanhas políticas, os candidatos colocam na pauta de seus projetos a melhoria da segurança pública, no entanto o que vivenciamos é a insegurança completa. E o que dizer? Enquanto o Congresso Nacional continuar parecendo um circo e as pessoas não exercerem os direitos que a democracia lhes permite, será difícil pôr fim à violência urbana. Mas eu gosto de meu país assim mesmo. Acredito que somos de um modo geral realmente um povo cordial. Boa parte dos brasileiros tem um espírito alegre e esperançoso inato. Como diz o chavão: “Sou brasileiro e não desisto nunca”. Nosso 7 de setembro vem aí. Dia da independência do Brasil. Independentes de Portugal, sim, mas dependentes de muitas outras coisas. Em várias cidades do Brasil as Forças Armadas vão desfilar pelas ruas. Alegres e retumbantes. Os bandidos do narcotráfico estão bem mais armados do que nossas Forças Armadas... E um soldado, quanto ganha mesmo? Psiu... Faz vergonha falar. Mas aí já é outro papo. Salve! Salve! Salve-se quem puder!

(Imagem: Google)

4 comentários:

Clarinha disse...

sua ultima frase, diz tudo!!
"Salve! Salve! Salve-se quem puder!"

mesmo!!
Adréia.. adoro vc!!!
e to por dentro no twitter tbm hein!!rs

bjinhos!!=)

Evandro Marques disse...

'Q belíssimas cenas de destruição, não teremos mais problemas, com a superpopulação...'

Às vezes parece q não é vantajoso fazer a coisa certa.

Marcelo Novaes disse...

Andréa,




Somos cordiais. Mas bastante tolerantes com corrupções (ou condescendentes com coisas que achamos - muitos de nós- que "não é tão grave assim"; benesses indevidas, por exemplo).






Beijos,









Marcelo.

Andréia M. G. disse...

Clarinha - Obrigada pelas palavras. Vc sempre deixa este jardim mais florido.

João - Eu diria "muitas vezes"...

Marcelo - Seja bem-vindo. :-)