sexta-feira, 7 de agosto de 2009

De repente, estranhos

Conhecem-se, enlaçam-se, amam-se. O tempo passa, a paixão aflora. O tempo passa, a paixão decresce. O amor muda ou murcha, desvai-se. Os dias sempre compartilhados já não têm mais a presença daquele com quem por tanto tempo se dividiu a vida. A pessoa com quem se dormia e acordava todos os dias passa a ser aquela de quem se quer manter distância. A família também se afasta porque é uma parte daquele outro que agora incomoda. Tudo é distância. Estranhamento. Encontram-se na rua e trocam sorrisos mornos, fugidios. Estabelecem diálogos vazios, frios. Ensaiam uma intimidade forçada, falsa, mas percebem que passaram do extremamente profundo à superfície. Trocam telefones, mas sabem que a ligação nunca se realizará, nem por um, nem por outro. De repente, estranhos.

4 comentários:

O Neto do Herculano disse...

"Tudo é distância"!

S* disse...

As pessoas mais proximas de nós por vezes tornam-se estranhas... e nem damos por isso.

wcastanheira disse...

Lindo, leva à pensar, meditar, adoro leituras q me remetem ao ato de...pensar, parabéns, bjos!!

Marcelo Novaes disse...

Andréa,




Quem desmancha esse roteiro?!






Beijos,







Marcelo.