Conhecem-se, enlaçam-se, amam-se. O tempo passa, a paixão aflora. O tempo passa, a paixão decresce. O amor muda ou murcha, desvai-se. Os dias sempre compartilhados já não têm mais a presença daquele com quem por tanto tempo se dividiu a vida. A pessoa com quem se dormia e acordava todos os dias passa a ser aquela de quem se quer manter distância. A família também se afasta porque é uma parte daquele outro que agora incomoda. Tudo é distância. Estranhamento. Encontram-se na rua e trocam sorrisos mornos, fugidios. Estabelecem diálogos vazios, frios. Ensaiam uma intimidade forçada, falsa, mas percebem que passaram do extremamente profundo à superfície. Trocam telefones, mas sabem que a ligação nunca se realizará, nem por um, nem por outro. De repente, estranhos.
4 comentários:
"Tudo é distância"!
As pessoas mais proximas de nós por vezes tornam-se estranhas... e nem damos por isso.
Lindo, leva à pensar, meditar, adoro leituras q me remetem ao ato de...pensar, parabéns, bjos!!
Andréa,
Quem desmancha esse roteiro?!
Beijos,
Marcelo.
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