segunda-feira, 31 de março de 2014

Mulheres são livres

 Sobre a celeuma da pesquisa divulgada pelo Ipea recentemente, em que mais da metade da população brasileira entende que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas": O problema é que as mulheres pertencem, ainda, a uma classe marginalizada da sociedade, por isso precisamos nos defender de todos os tipos de abusos que nos são impostos, por isso querem nos privar de nossas liberdades, por isso questionam nossas roupas, por isso há muitas mulheres que se anulam, ainda... Mas nós somos mais fortes e espero poder viver o suficiente para ver as mulheres e todas as categorias sociais marginalizadas livres dessas "marcas" que insistem em nos fazer carregar. O problema, também, é que no Brasil parece haver uma tendência a resolver problemas atacando as consequências e não as causas... Por que em vez de "ensinar" a mulher a se "proteger" de estupros, os homens não são ensinados a não estuprar? Por que em vez de sermos orientados a viver em alerta constante contra assaltos, não buscam meios eficazes de educar a população a não assaltar? Por que em vez de criarem cotas nas universidades para corrigir deficiências no ensino fundamental e a eterna "dívida social" com os negros, não corrigem o mal em sua origem, proporcionando educação de qualidade e pondo fim aos preconceitos para que todos, indistintamente, possam ter as mesmas oportunidades? São muitas as indagações e a discussão é longa, mas deixo aqui as reflexões. O certo é que pesquisas como essa confirmam que vivemos em uma sociedade doente. Que possamos contribuir com sua cura.