domingo, 25 de setembro de 2011

Lacuna

Abriu-se a lacuna. Outra vez. A alma inquieta persevera. Sensação de deslocameno. Devo ter sido deslocada da órbita de algum outro planeta. Tantas lutas para construir um castelo e a certeza de que algumas paredes ainda precisam de tijolos, rebocos e pinturas. Preciso tomar a pílula "soma" criada por Huxley para recarregar as energias e conseguir sobreviver nesse admirável mundo estranho. Mas, tenho o livre arbítrio para escolher tomá-la ou não. Se tomar, com ela virá o conformismo, o que uma alma inquieta não aceita. Prefiro mesmo optar por ver o mundo com os olhos livres mesmo que ainda me assuste. A mim fica a missão de assumir as dores e delícias que tem a liberdade e o conhecimento. Caetaneando, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Oswaldeando, fica o manifesto: "Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres."

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Da criação que tive

Tenho que agradecer eternamente pela criação que tive. Posso dizer com orgulho que nunca conquistei nada em minha vida que não fosse fruto de meu próprio esforço e devo isso à criação que tive, pois minha família me fez ver desde cedo o valor das coisas e que a educação é um bem valiosíssimo. Agradeço por não ter tido tudo que pedia e por ter sido levada a entender que para alcançar algo é preciso merecimento. Quero imensamente levar isso para todos os dias de minha vida e transmitir esses valores para os filhos que ainda não tenho. Soube hoje de algo tão torpe, que mexeu comigo e que guardarei para mim, mas tive vontade de registrar um forte agradecimento, porque caráter pode ser corrompido, mas se construído em bases sólidas, ninguém consegue abalá-lo. O meu, graças à criação que tive, é uma fortaleza.

domingo, 18 de setembro de 2011

Planeta dos macacos

Fascinada com o filme "Planeta dos macacos - a origem". Ansiosa para rever o primeiro que assisti há muitos anos e com uma visão adolescente da trama. Preciso de uma releitura desse clássico do cinema urgentemente. Mais ansiosa ainda para ler o livro que motivou as tramas. Como costumo apreciar mais o escrito do que o visual e este já me fascinou tanto, creio que será um mergulho numa leitura espetacular. Espero não ter a expectativa frustrada. Deixarei para tecer maiores comentários sobre a história quando tiver feito todos os links, só adianto que as interferências dos seres humanos na natureza e os perigos que a ciência pode produzir são o ponto de partida para por em voga que ciência e ética devem caminhar lado a lado, que todos os seres vivos merecem respeito e que os humanos precisam rever seu papel no planeta.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Saudade de minhas leituras


Saudade de minhas leituras sem compromisso. Muita saudade do tempo em que passava a tarde inteira na biblioteca lendo o livro fresquinho tirado da prateleira. Saudade do tempo em que meu compromisso era apenas com os livros e as histórias que sempre me fizeram companhia desde a infância. Dos gibis do pato Donald aos livros fascinantes de Aghata Christie que tanto adorava. A fabulosa rainha do crime, ai que saudade. Li tanto os clássicos nacionais de nossa literatura, contei tantas histórias para os alunos, estudei tanto os estilos narrativos, as nuances, os interdiscursos, a mimesis, a verossimilhança... Flaubert, Peucheux, Nietzche, Saussure já consumiram tanto meu cérebro com suas teorias do discurso. Alencar, Assis, Lispector, Pessoa, Andrade, Bandeira, Bilac e tantos outros rondaram meus dias. Às vezes tenho vontade de me meter nesse mundo outra vez, mas por pura diversão, até porque já esqueci boa parte de todas as teorias. Quero ler por prazer, exclusivamente. Imersa hoje na gestão de pessoas, convivo com outros mestres, como Fischer, Hunter, Drucker, Senge... Mas eu quero ler meu saudoso Saramago, Jorge Amado ou meus livros menos comprometidos ainda, daqueles que a Academia de Letras esnoba por não serem considerados genuína literatura ou cânones. Está na hora de comprar a estante e trazer meus livros de volta pra mim.