quinta-feira, 30 de junho de 2011

Afinidade



"A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.

Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.
(...)"


P.S.: Para meus queridos amigos que não vejo com a frequência que gostaria e hoje, em especial, para Raquel Velame.

domingo, 26 de junho de 2011

Pertencimento

Quando estava em cartaz nos cinemas, quase assisti a esse filme por várias vezes, mas sempre acontecia algo para mudar o foco, até que ontem, finalmente, consegui ver "A rede social". A narrativa é fantástica, mas é preciso atenção constante para não perder o fio da meada. Não diria que é um filme brilhante, porém para quem já quase escreveu uma monografia sobre redes sociais como eu, inevitável não postar no mínimo um comentário sobre minhas impressões a respeito do filme. Facebook. Redes sociais em mundos virtuais. Por que e para quê? Pertencimento é a resposta. Já afirmei algumas vezes que escrevo no mundo virtual para me fazer sentir presente no mundo. Sim, eu confesso. Também preciso pertencer. É uma necessiade vital do ser humano, o sine qua non de nosso tempo. É uma questão de identidade. Mark Zuckerberg uniu uma vingança contra a namoradinha e a apropriação de ideias alheias, comprometendo até uma amizade, para criar sua grande rede social. A sociedade do espetáculo toma conta do palco. Precisamos ver e ser vistos, fazer parte de grupos, compartilhar o que pensamos, o que fazemos, o que sentimos. É a necessidade de se sentir alguém, de se fazer existir, de protagonizar em nosso espaço virtual aquilo que desejamos mostrar ao mundo. Imprimimos uma marca, a nossa marca, mas que só faz sentido se circular em um grupo. E nessa busca pela visibilidade, é preciso ter moderação. Mark não teve. Na trama, ganha notoriedade, uma mente brilhante, mas no fundo o que vemos é um nerd moderno, frustrado por não saber remar, por ter perdido a namorada, egocêntrico e, apesar de conectado virtualmente a milhões de pessoas, termina o filme de forma emblemática, ele e a tela de seu note, na página que a ex-namorada criou no facebook. Bem ou mal, tornou-se um milionário, reconhecido mundialmente. "Você não consegue 500 milhões de amigos sem conquistar alguns inimigos" é a chamada do filme. Amigos, seguidores, são tantas as formas de se expressar a "amizade", que ela se torna banal. O personagem só tinha um amigo e o perdeu.  De nerd a popular, mas solitário. O que destaco do filme, especialmente a cena final, é um emblema da solidão em um mundo tão enredado, conectado, plugado. As redes sociais são a forma que a sociedade contemporânea encontrou para suprir sua grande necessidade de pertencimento. Compartilham-se grupos, clubes, amizades, mas no fundo muitos estão lá sozinhos em seus mundinhos virtuais. Quanto tempo passamos em frente às telas? São elas os nossos escudos, as nossas fantasias, as nossas marcas, os nossos refúgios.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Desabrochar

Depois de um longo processo de buscas, sinto que consegui descobrir o caminho da motivação profissional. Não sei quando esse despertar aconteceu, mas sei que ajustando as velas, estou conseguindo construir uma relação de amor com o que faço. Decidi investir, estudar, apostar. Tenho novos planos e expectativas.  Sinto que estou no caminho certo daquele labirinto que volta e meia cito neste blog. As portas que abri me trouxeram boas experiências, embora ainda haja tantas outras por escolher. Mas seguindo a intuição, espero entrar pelo caminho que me conduza sempre a um desabrochar que me contagie. :-)