sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ainda falta

Ainda falta. Pode ser fruto de um tempo mal aproveitado ou até bem, quando é possível. Mas ainda falta. Difícil conviver com adversativas. Elas sempre nos levam a uma oposição... É ruim, mas é bom. Ouço muito isso de minha professora de pilates. O corpo não responde bem à vida que levo. Ele grita quando estou presa no trânsito ou quando me enfurno em frente ao computador.  No carro, temo abrir as janelas. O ar é viciado, artificial. Gostaria de poder respirar livremente, mas ainda que pudesse abrir os vidros sem medo, o calor me sufoca. O ser humano está se autodestruindo. A natureza tem dado muitas respostas, mas é preciso ser dotado de muita sapiência para compreender e ter um bom convívio com ela. Hoje, a nação egípcia tenta derrubar um ditador pelo sonho da democracia, mas a democracia é apenas um disfarce, uma forma velada de ter sempre o poder, mas com o aval do povo. Ando cética nos últimos tempos. As relações de poder são muito sujas, ainda que democráticas. Sinto saudades do cachorro, do sorvete de mangaba, do almoço de domingo e de minha voinha que não está mais aqui, mas gosto de cultivar meu canto, meu espaço, minhas begônias e mais do que tudo, minha liberdade. Quero estar junto com ele, mas também quero ter momentos somente meus. Mas, mas e mas. E eu só quero mais, porque, apesar de tudo, ainda falta.